Valdemar de Oliveira
Controle:: 821
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Legenda::
Nome:: Valdemar de Oliveira
Outros Nomes::
Nome do Pai:: Bianor de Oliveira
Nome da Mãe:: Maria da Penha
Data de Nascimento: 02.03.1900
Cidade de Nascimento:: Recife
Estado de Nascimento::
País de Nascimento:: Brasil
Data do Óbito:: 18.04.1977
Cidade do Óbito:: Recife
Estado do Óbito::
País do Óbito:: Brasil
Última Formação Acadêmica / Especialização::
Última Instituição Acadêmica da Formação:: Faculdade de Medicina da Bahia, Universidade Federal da Bahia
Data de Conclusão:: 1922
Biografia:: Diplomado pela Faculdade de Medicina da Bahia e Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Recife, além de médico, foi escritor, teatrólogo, ator, compositor brasileiro, professor, advogado e pianista. Cursou Medicina na Faculdade de Medicina da Bahia.Em 1923, doutorou-se, defendendo com brilhantismo a tese Musicoterapia. Quando o pernambucano Valdemar de Oliveira, aos cinco anos de idade, aprendeu a tocar piano, ele não imaginava ser aclamado pela crítica como pianista, logo aos 11 anos. Foi no concerto que deu no Teatro Moderno, no Recife, tocando a sonata Patética, de Beethoven, algo reservado aos grandes profissionais, que Valdemar começou a conhecer a fama e a incursionar no mundo artístico. Aos 18 anos, apresentando na Bahia o espetáculo Medicina e Sugestão de Eustórgio Wanderley, foi apontado pelos jornais como exímio pianista, ao executar peças de Tanhauser, Wagner e Puccini. Ao completar 100 anos do nascimento de Valdemar de Oliveira, sua obra continua mais viva do que nunca. O grande impulso na educação pianística veio através de Mademoiselle Angeline Ladévèse, contratada em Paris pelo Colégio Pritaneu. Foi no Colégio Pritaneu, o melhor educandário do início do século, no Recife, e que pertencia à sua tia Clotilde de Oliveira, que Valdemar recebeu a formação primária, passando depois pelo Colégio Salesiano e o Liceu Paraibano, em João Pessoa. Decididamente, estudaria piano. Mas a pedido da família esqueceu a idéia. De Mademoiselle Angeline recebeu conselhos para se formar em Direito e depois seguir a carreira de diplomata. Sem explicações, formou-se médico. Em 1917, chegou à Bahia para estudar Medicina. Como pianista, abriu muitas portas na capital baiana acompanhando cantores e violinistas para tocar louvadas e valsas pernambucanas nas novenas e trezenas das igrejas católicas. Na Bahia, sem descuidar dos estudos, Valdemar levou uma vida de boemia e conheceu muitos lares. Em alguns compareceu em noites de festas, por dever de cortesia e muitas vezes saiu sem saber até mesmo o nome do dono da casa. De volta ao Recife, ele costumava dizer: Na Bahia, freqüentei mais teatro do que a própria faculdade. Em 1922, já no Recife, o médico dermatologista Valdemar de Oliveira trabalhou na enfermaria da Santa Casa de Misericórdia, no bairro de Santo Amaro, tratando de leprosos, portadores de sarna e de varíola. Mas a medicina foi para ele uma provação. O espetáculo constante da morte afastou-o para a medicina preventiva e depois para o magistério, firmando-se definitivamente como professor universitário da cadeira de Higiene da Faculdade de Medicina de Pernambuco. Foi também professor fundador da Faculdade de Ciências Médicas. Valdemar, além de médico e professor, foi advogado e jornalista e exerceu todas essas profissões sem abandonar o teatro, onde foi ator, diretor e autor de peças. Enfrentou o preconceito da época contra os que faziam teatro e sem dar ouvidos às provocações, viveu a vida intensamente. Recém chegado da Bahia, compôs músicas de várias operetas, entre elas, Madrinha dos Cadetes, feita em parceria com Samuel Campelo, Aves de Arribação, Ninho Azul, Bob e Bobete e sua obra prima Berenice, quando chegou a reunir mais de 120 pessoas da alta sociedade no Teatro de Santa Isabel. O sucesso atraiu a atenção de cantores famosos da época, a exemplo de Vicente Celestino, que através da sua Companhia levou as operetas para o Brasil inteiro. Em 1928, conheceu Diná de Oliveira, a sua verdadeira paixão e companheira inseparável no teatro, na literatura, e nas viagens e que veio a ser a primeira dama do teatro pernambucano. O casal teve dois filhos: Reinaldo e Fernando. Sem Diná, terme-ia despedaçado com certeza nas pedras, escreveu Valdemar no seu livro Mundo Submerso. Além de médico, dava aulas, fazia teatro e tocava piano em recitais. Foi chamado por isso, O homem dos sete instrumentos. Na década de 30 resolveu abandonar a clínica e os hospitais e dedicar-se definitivamente ao magistério. Ensinou na maioria dos grandes colégios do Recife, entre os quais, o Ginásio do Recife, Colégio Oswaldo Cruz, Liceu Pernambucano, Vera Cruz, Regina Pacis, Escola Normal, Ginásio Pernambucano e nas Faculdades de Filosofia Federal e de Filosofia do Recife. Em 1936, ingressou na Academia Pernambucana de Letras, sendo seu presidente entre 1949 e 1961. Já contaminado pelo micróbio do teatro, Valdemar foi convidado em 1940 pelo então interventor e governador de Pernambuco, Agamenon Magalhães, e pelo prefeito Novaes Filho, para ser o diretor do Teatro de Santa Isabel, onde ocupou o cargo durante 12 anos. A carta de demissão foi enviada pelo próprio Valdemar por não conseguir conciliar as aulas que já ocupavam os três turnos, e as ocupações com o teatro. Em 1941, quando a Sociedade de Medicina de Pernambuco comemorava o seu centenário, Valdemar foi convidado pelo seu presidente, o professor Otávio de Freitas, para preparar os festejos, os quais deveriam fugir dos antigos recitais. A exigência foi o bastante para o espírito inovador de Valdemar sugerir como proposta a peça Triunfo da Medicina ou Dr. Knock, do francês Jules Romains, e foi mais além: a peça seria encenada por médicos e suas respectivas mulheres. A proposta, considerada absurda, tamanho era o preconceito da época em relação ao teatro, foi aprovada em votação apertada pelo Conselho da Sociedade de Medicina de Pernambuco e apresentada ao público. O sucesso do espetáculo foi tanto que foram realizadas mais três apresentações. A renda foi destinada à construção da atual sede da Sociedade Pernambucana de Medicina. Por ironia do destino, a sede foi edificada na Praça Oswaldo Cruz, em frente ao antigo teatro Nosso Teatro, construído 30 anos depois, hoje Teatro Valdemar de Oliveira. Neste último, durante 40 anos, dirigiu várias colunas. Em 1970, aposentou-se do jornalismo, sem o abandonar, no entanto. Foi um dos fundadores da Regional pernambucana da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES-PE), tendo sido seu primeiro presidente, entre 1972 e 1973. Escrevia esporadicamente seus artigos nos jornais. O teatro e a música foram também duas grandes paixões. Foi membro da Academia de Medicina, do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano e do Conselho Estadual de Cultura. Morreu no dia 18 de abril de 1977, no Hospital Geral de Urgência do Recife, em conseqüência de complicações renais agravadas após uma queda nos jardins de sua casa, ocorrida no dia 10 de fevereiro, na qual havia fraturado o ilíaco. Um mês antes de morrer, recebeu o primeiro prêmio de um concurso de monografias promovido pelo Serviço Nacional de Teatro, com o ensaio A Capoeira: um teatro do passado. PrêmiosMenção honrosa da Academia Brasileira de Letras com a peça teatral Honra ao mérito.
Produções Culturais:: Uma página da bravura pernambucana. Recife: Polícia Militar de Pernambuco, 1954.Caxias. Jaboatão: Comando Militar de Socorro, 1961.Mundo submerso - memória. Recife: Imprensa Oficial, 1966 (primeira edição).Olinda e sua data impartilhável. Olinda: Prefeitura Muncipal de Olinda, 1970.208 crônicas da cidade. Recife: Gráfica Editora do Recife, 1971.Valdemar setentão. Recife: Gráfica Editora do Recife, 1971.Pernambuco e a independência. Recife: Governo do Estado de Pernambuco, 1973.Quando eu era professor . Recife: Universidade Católica de Pernambuco, 1973.Um rotariano fala do Rotary. Recife: Rotary Club, 1974.Oswaldo Cruz, paixão, glória e morte. Recife: Academia Pernambucana de Letras, 1974.Trabalhos publicadosCastro Alves e o Recife. in Revista da Academia de Letras da Bahia, 1948.As artes como expressão de valorização do potencial humano nacional. Imprensa Universitária, 1964.A donataria de Duarte Coelho. in Revista do Museu do Açúcar, 1968.Peças teatraisTem de casar, casa!Os três maridos delaEva na políticaUm rapaz de posiçãoTão fácil, a felicidade Honra ao méritoAonde vais, coração? ou Uma mulher inteligenteO menino do cofreMocamboZé MarianoSoldados da retaguardaMúsicasCompositor de diversas músicas, especialmente carnavalescas.Diversas partituras de operetas.Hino do município da Ilha de Itamaracá
Instituições de Custódia (Mantenedoras do Acervo):: Documentos referentes à vida acadêmica no período do curso de Medicina.
Observações:: http://www2.brasil-rotario.com.br/revista/materias/rev942/e942_p14.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Valdemar_de_Oliveirahttp://www2.brasil-rotario.com.br/revista/materias/rev942/e942_p14.html
Fontes de Pesquisa:: Levantamento nominal dos formados de 1812 a 2008 da Faculdade de Medicina da Bahia - UFBA.
Sumário: Valdemar de Oliveira