Juliano Moreira
Controle:: 779
Foto::
Legenda::
Nome:: Juliano Moreira
Outros Nomes::
Nome do Pai:: Manoel do Carmo Moreira Junior
Nome da Mãe:: Galdina Joaquim do Amaral
Data de Nascimento: 06.01.1873
Cidade de Nascimento:: Salvador
Estado de Nascimento::
País de Nascimento:: Brasil
Data do Óbito:: 02.05. 1933
Cidade do Óbito:: Rio de Janeiro
Estado do Óbito::
País do Óbito:: Brasil
Última Formação Acadêmica / Especialização:: Psiquiatria
Última Instituição Acadêmica da Formação:: Memorial Professor Juliano Moreira Faculdade de Medicina da Bahia UFBA Terreiro de Jesus Biblioteca Pública do Estado da BahiaMemorial da Saúde Brasileira Biblioteca do Hospital Juliano Moreira
Data de Conclusão:: 1891
Biografia:: Diplomado em medicina pele Faculdade de Medicina da Bahia, Juliano Moreira era filho de Manuel do Carmo Moreira Junior, funcionário municipal com o cargo de inspetor dos Acendedores de Lampiões e da trabalhadora doméstica Galdina Joaquina do Amaral, que trabalhou na casa do prof. Adriano Gordilho, Barão de Itapuã, Lente de Partos. No batismo de Juliano Moreira, consta o nome do Barão de Itapuã como padrinho e Nossa Senhora como madrinha, costume na época. Em 1886, com extraordinária precocidade, o adolescente de apenas 14 anos se matriculou na Faculdade de Medicina da Bahia e, em 1891, Juliano se formou aos 19 anos e teve sua tese inaugural Etiologia da Syphilis Maligna Precoce aprovada, recebendo o título de Doutor em Medicina. Esse trabalho de conclusão de curso mereceu referências elogiosas de estudiosos estrangeiros, passando a ser citada em monografias produzidas sobre o tema naquela época. Ainda como dermatologista, o jovem médico apresentou em 1894 numa publicação científica (a prestigiosa Gazeta Médica da Bahia) a primeira descrição de casos clínicos de leishmaniose tegumentar americana (LTA) no Brasil. Foi ele que introduziu a punção lombar com fins de diagnóstico na Bahia e, sob sua orientação, criou-se o Instituto de Clínicas, conjunto de laboratórios para apoio as disciplinas acadêmicas que funcionavam no Hospital Santa Isabel. Outras ações pioneiras na dermatologia: primeira descrição entre nós de casos da Hydroa vacciniforme, dermatose rara. Foram dele também os primeiros exames microscópicos feitos entre nós de casos de Micetoma (aspergiloma pulmonar). Como médico tropicalista, efetuou no laboratório do Prof. Unna, dermatologista alemão, o estudo anatomopatológico mais completo até hoje existente do Ainhum (patologia de caráter étnico chamada de Doença de Silva Lima).Com evidente vocação para o ensino, tornou-se Assistente da Clínica Psiquiátrica, em 1893, com dois anos de formado. Em 1896, aos 23 anos, foi aprovado em concurso de grande repercussão, quando derrotou o preconceito pela sua origem afro-descendente, como Lente Substituto de Psiquiatria e Doenças Nervosas. JM sempre conciliou a docência com sua prática assistencial tanto no Hospital Santa Isabel, quanto no Hospital São João de Deus. Este último receberia seu nome, Hospital Juliano Moreira, em 1933. Destacada foi sua participação na criação de muitos órgãos profissionais e de suas publicações. Com apenas três anos de formado tornou-se o Diretor dos Anais da Sociedade de Medicina e Cirurgia da Bahia. No início do século XIX, JM a convite de seu mestre, o médico português Francisco Silva Lima, um dos criadores da Escola Tropicalista da Bahia, assumiu o papel de redator principal da Gazeta Médica da Bahia (1901-1902). Nesse período, apareceu com mais vigor uma nova área temática do autor: historiador da medicina e das ciências em geral, iniciada em 1895, com o artigo sobre Pasteur. Merece destaque também sua síntese biográfica de Rudolf Virchow, que lhe inspirou o ponto de vista médico social. No Rio, ele desenvolveria estudos pioneiros sobre os naturalistas Pies e Marcgrave, do período da colonial holandês no Brasil (1636-1644). No Rio de Janeiro, com seu espírito gregário, Juliano Moreira liderou a criação de algumas sociedades científicas, inclusive não médicas, bem como criou várias publicações científicas. Ele foi levado para Capital Federal em 1903, pelo ministro também baiano J.J. Seabra, para dirigir o Hospital Nacional de Alienados e coordenar a Assistência Psiquiátrica do país. Obteve o apoio do governo na promulgação da Lei Federal de Assistência aos Alienados, instrumento jurídico que marcou a consolidação da hegemonia médico-psiquiátrica no cuidado à loucura. Liderou a psiquiatria brasileira de 1903 a 1930, tornando-se um dos mais respeitados médicos e cientistas brasileiros, com reconhecimento internacional. No campo da psiquiatria e da saúde mental, Juliano Moreira foi duplamente precursor. Por um lado, ele foi um dos primeiros a introduzir a nosografia das doenças mentais de Emil Kraepelin no Brasil, modernizando a psiquiatria no país. Por outro, foi um dos pioneiros no estudo da psicanálise no Brasil e na América Latina, discutindo Freud desde o final do século XIX. Eis de modo breve o uno e múltiplo Juliano: - o médico tropicalista, infectologista e parasitologista: na luta contra a malária na Bahia e na revisão crítica do papel dos mosquitos na transmissão dessa patologia; estudos sobre beribéri e doença do sono; e, principalmente, seus trabalhos originais sobre o botão endêmico, quando descreveu pela primeira vez a leishmaniose cutâneo-mucosa no Brasil; - o dermatologista e sifilógrafo: que estudou a farcionose, uma zoonose com manifestações cutâneas, e, sobretudo, a sífilis sob os mais diversos aspectos, inclusive sua relação com o saturnismo e com a senilidade; - o médico social, higienista, não só como sanitarista no combate a epidemia de malária, mas também como estudioso e formulador em planejamento e administração de saúde, como a proposta de criação de laboratórios clínicos nos hospitais; - o neurologista e psiquiatra, estudo da epilepsia, das mioclonias em pessoas histéricas; o uso da clinoterapia no tratamento psiquiátrico; - e o historiador da medicina e das ciências em geral, analisando as contribuições de cientistas brasileiros, como Francisco de Castro, Oscar Bulhões e Alfredo Kanthack, e estrangeiros, como Pasteur, Virchow, Von Ziemssem, Kaposi, Ludwig, Thiersch e Vogt e o português Bento de Souza. Seu prestígio não era local, pois foi Presidente de Honra de mais de uma dezena de Congressos internacionais; recebeu o título de Professor Honoris Causa em várias universidades japonesas e européias, sobretudo, alemãs; recebeu a maior honraria científica do Japão, A Ordem do Tesouro Sagrado, em 1928, das mãos do próprio Imperador e, quando Vice-Presidente da Academia Brasileira de Ciências, recepcionou o físico Albert Einstein, que impressionado por sua bondade e inteligência, como refere em seu diário, quebrou o protocolo da viagem e foi almoçar com Juliano e a esposa, que era alemã, e visitou o Hospital Nacional de Alienados, dirigido por Moreira. Enfim, o médico baiano Juliano Moreira foi uma luz negra que brilhou a partir do céu estelar da Bahia.
Produções Culturais:: Fundou, em 1905, os Archivos Brasileiros de Medicina, juntamente com Antônio Austregésilo e E. Lopes. No mesmo ano, com Afrânio Peixoto, criou a Sociedade Brasileira de Psychiatria, Neurologia e Sciencias Affins.
Instituições de Custódia (Mantenedoras do Acervo):: www.memorialjulianomoreira.ba.gov.br- Cópias de artigos em revistas e jornais no Memorial Professor Juliano Moreira, sediado no Hospital Juliano Moreira;- Em geral em bom estado. Onde contém o histórico de alguns anos de Juliano como estudante de Medicina não foi localizado. - De 1872 (cópia do batismo) a artigos dele até a década de 30 e inúmeros estudos, inclusive os recentes, sobre Juliano Moreira.LivrosTeses (inuagural e de concursos)LivrosTeses (inuagural e de concursos)www.medicina.ufba.brLivrosTeses (inuagural e de concursos)
Observações:: Contatos:Estênio Iriart El-Bainy (Memorial Professor Juliano Moreira)http://www.cliopsyche.uerj.br/arquivo/juliano.htmlhttp://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_2428.html
Fontes de Pesquisa:: Levantamento nominal dos formados de 1812 a 2008 da Faculdade de Medicina da Bahia - UFBA. http://www.fameb.ufba.br/dmdocuments/formadosfmb1812a2007.pdfAcesso em 03 de março de 2009
Sumário: Juliano Moreira